sexta-feira, 26 de maio de 2017

PULGAS – companheiras indesejadas para qualquer animal de estimação.



Esta situação é-lhe familiar? O seu animal de estimação coça-se, morde-se ou lambe-se excessivamente?
Estes pequenos insetos/parasitas vivem quase permanentemente nos nossos companheiros. Alimentam-se do sangue do seu hospedeiro, através de picadas provocando irritações, alergias, dermatites…… e podem ainda transmitir larvas de ténias e bactérias.
As pulgas reproduzem-se e põem ovos que se transformam em larvas no ambiente envolvente, nomeadamente carpetes, sofás, locais onde o animal descansa.
Sabia que as pulgas põem mais ovos onde os nossos companheiros dormem? Não admira que quase um terço dos donos já tenham sido mordidos por pulgas.


COMO SÃO E SE COMPORTAM AS PULGAS?

As pulgas são de reduzida dimensão e muito activas.
Uma pulga adulta pode saltar uma distância máxima de 45cm. Depois de aterrar nos nossos companheiros, a pulga pica-o e começa a sugar o seu sangue dentro de segundos a minutos. Elas permanecem no nosso animal até morrerem naturalmente, saírem por escovagem ou serem mortas com um produto eficaz.
Paralelamente possuem uma capacidade reprodutiva extraordinária.
Em casos graves a desinfestação do ambiente circundante, nomeadamente da casa, é muito importante para contribuir para um controlo mais rápido. O tratamento de todos os animais presentes também é fundamental.






É necessário proteger os animais de forma contínua (todo o ano) porque as reinfestações são sempre possíveis.






COMFORTIS - chegou a revolução antipulgas

Comprimido mastigável, 30 dias sem pulgas
Inovação, segurança e eficácia. Comfortis indicado para cães e gatos, proporciona uma acção rápida e prolongada, começa a matar pulgas em 30 minutos, atinge 100% de eficácia em 4 horas e é efectivo durante 30 dias.
Melhora muito o bem estar dos nossos animais, proporcionando alivio imediato no incomodo causado pelas pulgas.
Comfortis não sai na água ou com a escovação.  Sendo administrado oralmente não interfere com outros tratamentos dermatológicos.
Animais com sinais de Dermatite Alérgica à picada da pulga (DAPP) demonstraram uma melhoria clínica acerca da comichão/prurido, pápulas, descamação, alopecia, dermatite como resultado direto da eliminação das pulgas com o uso do Comfortis.


              
Artigo redigido por Ana Mónica Oliveira - Auxiliar Veterinária 

segunda-feira, 22 de maio de 2017

UVEÍTE FELINA

Sabia que um dos problemas oculares mais comuns nos gatos  é a uveíte ?

O que é a úvea?

A úvea é constituída por três estruturas: a íris, o corpo ciliar e a coroide.Compõe  toda a túnica vascular do globo ocular,que é a parte pigmentada do olho.
 A íris é o anel colorido que circunda a pupila; o corpo ciliar é o conjunto de músculos que regulam o cristalino; a coroide é o revestimento interno do olho.




O que é a uveíte?

A uveíte consiste  na inflamação desta túnica vascular e  pode ser  anterior (quando afeta a íris e o corpo ciliar)e posterior (quando afeta a coroíde ).
A uveíte pode ocorrer em qualquer idade, em ambos os sexos, e pode ocorrer em apenas um olho ou em ambos os olhos em simultâneo.

Qual a aparência da Uveíte?

  sinais clínicos mais comuns:

-dor ocular que se manifesta com encerramento das pálpebras (blefarospamo)
-edema da córnea
-sensibilidade à luz(fotofobia)
-"flare aquoso"-presença de fibrina e hemorragia na câmara anterior)

                                             fibrina na câmara anterior



hemorragia na câmara anterior
                                                         
precipitados queráticos (nebulosidade)



 -protrusão da terceira pálpebra,
- lacrimejamento(epífora)
-vermelhidão (hiperemia conjuntival)
- formato ou tamanho anormal da pupila(miose)
-cor alterada da íris (geralmente uma cor avermelhada ou “de terra” em comparação com o olho normal),


                                   
             
 Cegueira

Quais as causas de Uveíte?

As uveítes podem ter causa infecciosa, autoimune ,neoplásica ,traumática ou serem de etiologia desconhecida.
Algumas causas das uveítes são limitadas ao olho, mas outras devem-se  a enfermidades sistêmicas e afetam todo o organismo.

 As doenças infecciosas que podem causar uveíte em gatos são:
-Toxoplasma gondii,
 -peritonite infecciosa felina (FIP),
-mycoplasmose
-vírus da imunodeficiência felina (FIV),
-herpesvírus-1 felino (FHV-1)
-e vírus da leucemia felina (FeLV).
Os dois tipos mais comuns de câncer que podem causar uveíte em gatos são
- o linfoma ,linfosarcoma da íris




 O melanoma da íris



Como diagnosticar a uveíte?

O diagnóstico precoce das uveítes é importante para preservar a integridade da visão.
Exames realizados:
- exame oftalmológico completo para visualização das estruturas oculares e peri-oculares
- teste de fluoresceina para descartar lesões traumáticas
-tonometria para medir a pressão intra-ocular


 -citologia conjuntival para descartar a presença de agentes infecciosos(bactérias/vírus)
-analítica sanguínea para descartar doenças auto-imunes e causas infecciosas
-ecografia ocular para descartar neoplasia .Nestes casos poderá ser necessária a realização de bióspsia para diagnóstico definitivo .


 Qual o tratamento para Uveíte?
O tratamento da uveíte depende da causa da mesma .Em geral é necessário tratamento local e sistémico .
Localmente ,poderá ser recomendado o uso de:
- antibóticos/antivirais
-anti-inflamatórios
-cicloplégicos(midríaticos)-para dilatar a pupila e reduzir a dor ocular
A nível sistémico deverá tratar-se a causa da uveíte ,quando diagnosticada .


Como evolui a uveíte?

A uveíte pode  evoluir e complicar -se com a formação de catarata ,glaucoma ,luxação da lente ,sinéquias posteriores e estender-se ao nervo ótico e à retina .
Quando não tratada pode comprometer definitivamente a visão causando cegueira .

 Não desvalorize as alterações oculares pois na maioria dos casos trata-se de uma urgência médica .O diagnóstico e tratamento precoce podem salvar a visão do seu pet!!


 Artigo redigido por Ana Luísa Nunes - Médica Veterinária 







terça-feira, 16 de maio de 2017

Tenho um cão ansioso… E agora?



Não é fácil muitas vezes lidar com a ansiedade do nosso cão. Quando temos um cão ansioso o nosso estado de espírito altera-se facilmente. Se o nosso animal ainda é um cachorro temos que estar atentos a todos os seus comportamentos diários, isto para percebermos como ajudá-lo a ultrapassar essa ansiedade que pode ser causada por diversos factores.
Porque razão se tornam ansiosos os cães?
Os factores que podem contribuir para a ansiedade nos cães incluem uma relação inconsistente com o dono, punição inadequada, stress social com outros animais e privação de contacto social (humano), exercício físico inadequado ou falta de estimulação sensorial.

Como lidar com um cão ansioso?


1º – Ser um dono calmo e assertivo:

Todos os cães precisam de um dono calmo e assertivo. Se o seu cão estiver muito ansioso e você estiver stressado o seu animal irá absorver toda essa energia, resultado ficará ainda mais nervoso e ansioso. Nestas situações mais vale acalmar-se primeiro e só depois dirigir-se ao seu cão com um tom de voz calmo, de forma racional e assertivo. Desta forma o seu animal irá confiar em si e seguir mais facilmente os seus comandos. Não se esqueça que um cão segue sempre o líder da sua matilha, e um líder representa calma, controle e assertividade. Os animais reagem mal à agressividade, nervosismo e principalmente ao medo.

2º – Não fazer festas ou dar mimos quando o cão está ansioso:

Quando o seu cão está muito agitado e ansioso, por norma começa a ladrar ou a puxar o “choro” para chamar a sua atenção. É um impulso normal do dono tentar acalmar o seu cão com festas nestas alturas, no entanto este seu gesto de carinho está completamente errado. Um cão quando está ansioso não deve ser acarinhado, pois ele irá interpretar esse seu gesto como incentivo àquele estado mental dele. Por muito que custe, nestas alturas devemos ligar o mínimo possível ao animal e com uma voz calma tentar que ele se sente ou deite para poder acalmar-se.



3º – Recompense o seu cão apenas quando ele estiver calmo:

Após o seu cão estar mais calmo, deitado sem chorar recompense-o com os seus “doces” favoritos. Sempre que ele estiver completamente relaxado deve ser compensado, doces e mimos são bem-vindos nestas alturas. Se ele voltar a ficar agitado repita o tópico anterior até que ele se deite e relaxe, sem qualquer tipo de caricias ou doces, só quando ele estiver tranquilo é que volta a compensá-lo. Repita este processo durante algumas semanas, certamente o seu cão irá começar a compreender o que pretende dele.


4º – Evite brincar com ele de forma excitada, com muita conversa e agitação:

Se tem um cão ansioso as brincadeiras com muita excitação, muitas repetições de frases, dizer o seu nome de forma eufórica, não o vão ajudar. As brincadeiras com ele têm que ser inicialmente mais calmas, sem grandes falas e sem euforias. Se continuar com essa atitude o animal irá entender que esse é o estado de espirito indicado a manter, pois é incentivado pelo dono.

5º – Dê longas caminhadas com o seu cão:

Todos os cães precisam gastar energia diariamente e as caminhadas ajudam a manter o corpo e a mente saudáveis. Se o seu cão vai caminhar cerca de 45 minutos duas vezes ao dia, ele irá gastar mais facilmente a energia acumulada no seu corpo e na sua mente. Se tem um cão de porte grande muito ansioso, provavelmente ele irá precisar de mais exercício físico. Se não dispõe de mais tempo livre, tente durante o passeio fazer com ele vários exercícios, desde subir para os bancos, correr a contornar obstáculos, etc. Quanto mais energia o seu cão gastar menos ansioso será quando chegar a casa.

6º – Arranjar um local em sua casa para o cão relaxar:

É importante para um cão ansioso ter um local sossegado e confortável em casa para relaxar e descansar. Veja uma divisão em sua casa menos agitada e construa um espaço agradável com uma manta quentinha e macia. Deixe ao pé dele objectos que ele gosta e uma tigela com água fresca.

7º – Não deixe o seu cão ficar entediado.

Arranje brinquedos que ele fique entretido durante bastante tempo quando está sozinho em casa. Existem várias gamas de brinquedos que mantêm o seu cão entretido durante um longo período de tempo, o que é óptimo para os cães que sofrem com ansiedade por separação dos donos. Um dos brinquedos mais conceituados no mercado, usados por diversos profissionais, polícias e treinadores é o KONG. O Kong para além de ser feito de uma borracha muito resistente, tem uma forma irregular que salta com facilidade e dá para guardar no interior diversos doces e a comida preferida do seu cão. A comida deve ser bem condicionada no interior, desta forma o seu cão terá um desafio pela frente para alcançar os doces que tanto gosta e manter-se entretido durante a sua ausência. O Kong deve ser sempre dado ao seu cão apenas quando se ausenta para que ele associe a sua saída a algo positivo. Sempre que chega a casa deve retirar-lhe o brinquedo e só devolver o mesmo com comida quando voltar a sair.



8º – Meta música relaxante quando o seu cão estiver agitado:

Pode pensar que esta ideia é um pouco descabida, mas a verdade é que já existem diversas músicas relaxantes gratuitas na internet que demonstram excelentes resultados. Experimente colocar uma faixa longa deste tipo de música, cerca de 4 horas, em sua casa e nesse período ignore o seu cão até ele se deitar. Depois desfrute aos poucos da música e tire um tempo para relaxar. Os cães são os espelhos dos donos, se você estiver calmo, terá um cão menos agitado e ansioso com o passar do tempo.

9º – Fale com o seu veterinário sobre o uso de um difusor de feromonas tranquilizadoras para cães.

Se este não vir qualquer problema para o seu cão, experimente pois este tem bons resultados em alguns cães ansiosos. Estes são conhecidos como D.A.P (Dop Appeasing Pheromone) e conseguem bons resultados a tranquilizar cães de todas as idades. Essas feromonas tranquilizam os cachorros perante diversas situações de stress que vão surgindo no ambiente onde estes se encontram. As propriedades relaxantes das feromonas continuam na idade adulta de um cão, e por isso normalmente é recomendado o uso destes difusores nos lares onde existem cães ansiosos. É claro que o D.A.P é um complemento a todo o processo, este não cura a ansiedade total do seu cão, apenas ajuda-o a diminuir a ansiedade juntamente a todo o processo que o dono tem pela frente.

 10º – Nunca dê calmantes ao seu cão sem que o seu veterinário indique.

O uso de medicação nos animais deve ser sempre receitado por um veterinário. Se até hoje todas as indicações que leu nunca deram resultado, experimente primeiro a ajuda de um treinador profissional de cães. A medicação deverá ser sempre o último recurso e só deve ser administrada se o veterinário concordar e passar receita da mesma. Siga sempre as indicações dadas pelo veterinário e nunca dê doses superiores às indicadas.

Conclusão

Lidar com um cão ansioso é um processo complexo no qual o dono tem um papel FUNDAMENTAL. O grau de empenho e de compreensão de dono determinará, em grande parte, o resultado deste processo visto que o dono terá que aprender uma nova forma de interagir com o seu cão numa base permanente. Ainda assim, com muito trabalho está ao seu alcance alterar o comportamento do seu cão.


Artigo redigido por sara Fiorenzo - Auxiliar Veterinária 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

FISIOTERAPIA VETERINÁRIA

A fisioterapia veterinária ou fisioterapia animal surgiu inicialmente como uma adaptação de técnicas utilizadas na fisioterapia humana utilizadas principalmente em cavalos.
Com os anos, estas técnicas passaram a ser estudadas e utilizadas também em pequenos animais.
Atualmente a fisioterapia animal em cães e gatos já está difundida na classe médica, com publicações e trabalhos científicos comprovando a eficácia das suas técnicas, já adaptadas ou especificamente desenvolvidas para estes.





Esta linda menina é a Neftis, é uma gatinha Persa que caiu de uma cómoda e apareceu na clínica veterinária de Santo André mal conseguia andar, seguido pelos tratamentos médicos, passou para os meus cuidados para iniciarmos a fisioterapia de electroestimulação.

O que é a eletroterapia?

A eletroterapia é o uso de correntes elétricas para aliviar a dor ou promover o fortalecimento muscular.

A eletroterapia trabalha na recuperação funcional após a lesão nervosa periférica que está relacionada a fatores intrínsecos e extrínsecos ao sistema nervoso periférico, tais como a gravidade da lesão e a condição dos órgãos-alvo. A atrofia constitui uma das principais alterações do músculo após a lesão nervosa e, uma vez instalada, atua como barreira ao crescimento do axónio* durante a reinervação muscular.




*Axónio - É uma parte do neurônio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurônio.




TENS Estimulação elétrica transcutânea para alívio de dor.

FES Estimulo elétrico funcional para fortalecimento muscular.

Lontoforese a aplicação de alguns medicamentos através de corrente elétrica.

O uso da electroestimulação é rotineiro no campo da fisioterapia e tem o objetivo de minimizar ou impedir a atrofia muscular e, assim, favorecer a recuperação da lesão nervosa periférica.

A lesão nervosa periférica é uma ocorrência comum na prática de clínica de fisioterapia. Em geral, é decorrente de traumas ou de acidentes com objetos penetrantes, por quedas e acidentes industriais.

O comprometimento da transmissão dos impulsos nervosos é uma das consequências desse tipo de lesão nervosa, que conduz a diversas alterações no sistema muscular, tais como atrofia muscular, proliferação do tecido conjuntivo, mudanças na excitabilidade muscular e modificações nas células satélites. A perda do suprimento nervoso promove a diminuição da atividade muscular, que, por sua vez, desencadeia uma resposta adaptativa para a remodelação do tecido muscular, marcada pela degradação das proteínas contráteis do músculo. Como resultado observa-se diminuições da massa muscular, do diâmetro da fibra e da produção de força, as quais, em conjunto, caracterizam a atrofia muscular.

A condição do músculo no momento da reinervação é determinante na recuperação funcional, tendo em vista que o músculo atrofiado atua como barreira ao crescimento axonal e impede que o desenvolvimento e a maturação axonal ocorram.





Nesta primeira imagem, temos então a nossa Neftis, que derivado à queda mencionada a cima, ficou com atrofia muscular e juntamente com os donos decidimos começar a fazer a fisioterapia por electroestimulação.




Neste caso da Néftis utilizamos a ‘TENS’ para a coluna cervical e anca e a ‘FES’ para a as coxas e cauda.


Cinesioterapia:
São alongamentos e exercícios terapêuticos. Essenciais no processo de reabilitação, as técnicas são adaptadas para a fisioterapia veterinária. Os exercícios podem ser ativos, quando o animal executa o movimento, ativos assistidos ou até mesmo passivos, quando o fisioterapeuta faz o movimento. É amplamente te usado em animais com problemas ortopédicos e neurológicos, sendo que podemos usar bolas, pranchas, pistas, cones e outros acessórios para nos ajudar nos exercícios.
No fim de casa sessão de fisioterapia, procedemos a uma massagem para relaxamento dos músculos e bem-estar do animal.

A electroestimulação é indicada principalmente para:

·         - Atrofia muscular por desuso
·         - Atrofia muscular de origem neurogénica
·         - Atrofia por hérnias discais
·         - Potenciação em cães de desporto
·         Atrofia muscular derivado a quedas e/ou acidentes


Por fim deixo vos com um vídeo da Néftis, facilitado pela dona, a mostrar o antes e o depois da fisioterapia de electroestimulação.





Artigo redigido por Marina Ascenso - Auxiliar Veterinária