segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA



Sabia que 80% dos cães com mais de 5 anos sofrem de hiperplasia da próstata?

A hiperplasia prostática benigna é uma doença caracterizada tanto pelo aumento de número de células (hiperplasia) como pelo aumento do tamanho celular (hipertrofia). Trata-se de uma alteração do envelhecimento, que ocorre apenas em duas espécies: cães e homem.



(http://ghiraldelli.pro.br/filosofia/filosofia-homem-cao.html)

É uma patologia que depende das hormonas em circulação, pelo que acontece apenas a cães não castrados. Com o envelhecimento, ocorre um aumento da sensibilidade da glândula prostática pela testosterona, uma vez que a secreção de testosterona diminui com a idade. A hiperplasia prostática benigna manifesta-se devido a uma conversão anormalmente elevada de testosterona em dihidrotestosterona que se acumula de maneira anormal.

A hiperplasia é comum em animais a partir dos cinco anos de idade, sem predisposição de raça e muitas vezes não há manifestação clínica patológica significativa, podendo levar a outros processos inflamatórios agudos e crónicos, bacterianos, abcessos, neoplasias e formações quísticas.
É comum também a ocorrência simultânea de hérnia perineal com comprometimento da próstata.
Quase todos os machos sexualmente intactos apresentarão hiperplasia prostática benigna com o passar do tempo, contudo a maioria não apresentará sinais clínicos.



 (http://petcare.com.br/blog/hematuria-sangue-na-urina-dos-caes-e-gatos/)

Os sinais clínicos mais comuns são dificuldade para defecar e/ou urinar, sangue na urina, febre, depressão, perda de apetite, vómitos e diarreia. Pode haver outros sintomas como edema do membro, distensão e dor abdominal.
Estes sinais ajudam a confirmar o diagnóstico, embora sejam também necessário exame físico (com palpação prostática), análises e ecografia abdominal. Embora a biópsia seja o diagnóstico definitivo, geralmente não é necessária, utilizando-se como confirmação a resposta à castração.

A orquiectomia é a melhor solução, visto que não provoca efeitos secundários, e resultará na diminuição de 70% do tamanho da próstata. A glândula começa a involuir dentro de dias, esperando-se o decréscimo palpável no tamanho da próstata dentro de 7 a 14 dias.


Venha aproveitar os últimos dias do tema de esterilização para castrar o seu cão!

Artigo redigido por Rita Gonçalves - Médica Veterinária 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

UM PLANO DE SAÚDE PARA O SEU PET

A clínica veterinária de Santo André, perante um cenário de escassez de resposta efectiva no mercado para planear o bem-estar daqueles amigos de 4 patas que tanto gostamos, implementou os planos de saúde animal.

Adquirir um animal de estimação é também uma responsabilidade. Quem tem estes amigos fieis, sabe que as solicitações de saúde e os infortúnios ocorrem quando menos esperamos. Independentemente do quão gostamos dos nossos fieis amigos, por vezes as despesas de saúde necessárias vão para além do orçamento familiar.




Por esse motivo criamos os planos de saúde. De uma forma simplificada, pode escolher o plano que melhor se adapta ao seu pet. Em cada fase da vida de um ser vivo, existem necessidades específicas. Foi com esse foco e com muita ponderação económica que criamos 3 patamares de cobertura.
O VetPlan Base (cão ou gato) pensado para animais jovens, em que a prevenção é um factor preponderante e que a cirurgia eletiva é um procedimento corrente.
O VetPlan Premium com um número mais alargado de consultas, em que ocorrências de patologias estão previstas, não descorando a prevenção.
O VetPlan Super Premium pensado para animais que necessitam de cuidados redobrados e que prima pela abrangência de exames de diagnóstico.
O VetPlan Total formulado para animais exóticos em que alia a prevenção a cuidados médicos específicos.

Todos os nossos planos de saúde são anuais com o benefício de poder usufruir de 10% de desconto em toda a alimentação durante um ano.
É desta forma prática e simplificada e económica que a clinica presta os cuidados de saúde a uma grande parte dos seus pacientes.
Se é um dos casos em que por vezes protela as necessidades médicas do seu pet, por questões económicas, não existe em aderir ao VetPlan.
A Clinica Veterinária de Santo André / Andre’s Pet veterinário estão ao dispor para qualquer esclarecimento.




 Artigo redigido por Isabel Jorge - Médica Veterinária 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

SÍNDROME UROLÓGICO FELINO





O síndrome urológico felino (FUS) consiste numa patologia que resulta de uma cistite (inflamação da bexiga) e /ou uretrite (inflamação da uretra).
Esta patologia é de extrema gravidade e pode ser fatal para um gato sem tratamento adequado.
A descarga frequente de urina ou a obstrução parcial ou completa da uretra caracterizam a doença.

Quatro boas razões para suspeitar de que o seu gato possa sofrer de FUS

-O meu gato vai muitas vezes ao caixote.
-O meu gato urina mais frequentemente do que o normal.
-O meu gato urina fora do caixote.
-O meu gato urina com sangue.
-O meu gato não consegue urinar.

Predisposição para a patologia:


Existem vários vários factores a considerar:

-Idade : O FUS pode ocorrer em qualquer idade mas é mais comum em gatos adultos (a partir dos 2 anos)

-Sexo: devido às características anatómicas que  distinguem machos e fêmeas, a obstrução é mais frequente e grave nos machos .

Obesidade : existe uma maior prevalência de FUS em gatos obesos  .






Dieta
- O baixo consumo de água em gatos que se alimentam exclusivamente de alimento seco pode predispor a esta patologia.

-O tipo de alimento fornecido ao gato condiciona a alcalinização da urina. O aumento do Ph urinário favorece a formação de cristais , infeções urinárias e obstrução  urinária.

Stress:










- As alterações ambientais também são consideradas factores de stress  que facilitam o surgimento da patologia.

Tratamento do Síndrome urológico felino

Se o seu gato está obstruído ,deve ser atendido com urgência para se instaurar a terapêutica adequada .
É necessária a realização de análises bioquímicas para avaliar a função renal que pode estar gravemente comprometida (insuficiência renal aguda)

Tratamento da Síndrome Urológica Felina

O tratamento será indicado de acordo com as causas do surgimento da doença e o seu nível de desenvolvimento no animal.
- Esvaziar a bexiga do gato é a primeira abordagem para tratar o problema, e isso pode ser feito com o uso de uma sonda uretral (algalia).Em  casos mais graves , podem necessitar de uma cirurgia específica (uretrostomia)e até mesmo chegar à penectomia - que é a retirada total do pénis e a exteriorização da uretra.


Foto: algalia colocada a fim de permitir esvaziamento vesical e lavagem



- Fluidoterapia para corrigir os desequilíbrios electrolíticos e corrigir a desidratação




- Hospitalização até resolução sintomática e controlo da micção
- Antibióticos e anti-inflamatórios são frequentemente receitados para ajudar no tratamento, no entanto, o uso de medicamentos também irá depender do estado em que se encontra o animal acometido e a causa da alteração.

Prevenção:

A melhor maneira de prevenir a doença consiste em reduzir os factores de risco:

-manter uma dieta balanceada - existem dietas especificas que contribuem para a regulação do Ph da urina ,redução da formação de cristais e aumento da ingestão de água
-incentivar a ingestão de alimentação húmida como complemento à ração
-incentivar o exercício
-estimular a hidratação (uso de fontes para aumentar a ingestão de água)



-proporcionar um ambiente calmo e confortável ao seu pet.


Esteja atento às pequenas alterações de comportamento do seu animal de companhia pois a detecção precoce dos sintomas é fundamental para o sucesso no tratamento.

                                                          Artigo redigido por Luísa Nunes - Médica Veterinária 


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

CRIPTORQUIDISMO

De que se trata?

É a descida incompleta de um ou ambos os testículos dentro do saco escrotal. Os testículos descem normalmente até aos 2 meses, sendo o problema dectetado na maior parte das vezes nessa idade. O diagnóstico por vezes pode ser adiado até aos 6 meses de idade, altura em que ocorre o encerramento do canal inguinal.
O criptorquidismo unilateral é mais comum do que o bilateral e o testículo direito é encontrado retido duas vezes mais frequentemente do que o testículo esquerdo. Pode ser inguinal, e nestes casos o testículo retido é frequentemente palpável, ou abdominal, local em que é difícil palpar o testículo. No entanto, pode ser localizado por exame ecográfico.

Afecta só cães?

Não, os gatos também podem ser criptorquídeos. Nos cães afecta todas as raças mas, o Poodle Toy, o Lulu da Pomerânia, o Yorkshire, especialmente as raças toy e miniatura, têm maior risco de desenvolver a patologia. Os animais portadores NÃO devem ser utilizados como reprodutores!!!

Quais são os problemas associados ao criptorquidismo?

Existem vários problemas associados ao criptorquidismo, tais como: esterilidade (no criptorquidismo bilateral), alterações de comportamento, aumento de sensibilidade local e da probabilidade de torsão testicular. Os cães com criptorquidismo têm um risco maior de desenvolver neoplasia testicular sendo esse risco considerado 10 vezes maior do que em cães normais!!!



Figura 1 – Diferença de tamanho entre o testículo retido na cavidade abdominal (lado esquerdo) e testículo normal que se encontrava no escroto. http://www.vilanova.vet.br/wp-content/uploads/2015/08/criptorquidismo-4.jpg

Como resolver este problema?

O tratamento consiste em remover ambos os testículos (castração) uma vez que impossibilita o desenvolvimento de neoplasias testiculares e a possibilidade de transmissão genética do problema.


Se acha que o seu cão ou gato tem alguma alteração testicular contacte o seu médico veterinário!

Artigo redigido por Sara Fiorenzo - Médica Veterinária 


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

PSEUDOGESTAÇÃO

Sabe que um dos motivos para castrar a sua cadelinha é prevenir que ela sofra de pseudogestação?

Mas... o que é a pseudogestação???

A pseudogestação é no fundo uma gravidez psicológica. O seu animal vai comportar-se como se estivesse grávida, podendo até haver produção de leite e aumento do tamanho abdominal!








Esse quadro ocorre após o cio (6 a 14 semanas) e é desencadeado por uma disfunção hormonal que engana o organismo fazendo-o acreditar que há uma gestação verdadeira e acarretando alterações tanto na parte comportamental quanto física do animal. Em algumas fêmeas as mudanças são tão subtis que os donos não notam, entretanto há aquelas que apresentam mudanças mais claras.

Os sinais são o aumento do tamanho mamário, com ou sem a produção de leite, instinto de preparar ninho para o parto e a adopção de objectos (panos, chinelos, brinquedos...) como “crias”. Além disso, as fêmeas com este problema podem apresentar mudanças comportamentais como agressividade, depressão, irritação, inquietação, agitação e falta de apetite.



(httpsilverlining147.tumblr.compost100075345172clinical-physiology-canine-false-pregnancy)

A progesterona é a principal hormona relacionada com tantas mudanças. As fêmeas que fazem tratamento com hormonas similares à progesterona (pílula) ou após tratamento com prostaglandinas também podem desenvolver um quadro de pseudogestação. Uma fêmea que apresenta este problema tem alta probabilidade de passar por esta situação nos próximos cios.
A pseudogestação pode predispor ao aparecimento de diversas complicações tais como tumores e infecções/inflamações de útero (piómetra) e/ou glândulas mamárias (mastite).

Quando estes problemas surgem convém sempre consultar um médico veterinário, pois esta condição pode ser tratada. Mas mais importante do que tratar é prevenir, através da esterilização!

Artigo redigido por Rita Gonçalves - Médica Veterinária 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

DISPLASIA DA ANCA

DISPLASIA DA ANCA


INTRODUÇÃO

A displasia da anca é a doença osteoarticular mais frequente em cães. É uma doença típica de cães de raças grandes e médias e menos frequente nas raças pequenas.
Apresenta-se como uma má congruência da cavidade acetabular (anca) com as cabeças femorais que podem aparecer luxadas ou subluxadas, ou seja, fora do seu lugar natural. A cabeça do fémur ao não ter um bom revestimento “dança” e isto produz stress, inflama e debilita a articulação e os tecidos periarticulares.
É muito frequente que apareçam mudanças degenerativas de osteoartrite. A osteoartrite que aparece devido à displasia causará os problemas de inflamação e dor que por sua vez farão com que o cão exerça mais peso sobre as patas da frente e menos nas posteriores, reduzindo a actividade muscular destas últimas e gerando a atrofia muscular que agravará os sintomas.




SINTOMAS

A partir dos 5 ou 6 meses, começam os sinais de alerta. Saiba identificar os sinais.
- O cão põe uma perna ligeiramente mais para fora do que a outra?
- Tem dificuldade em manter-se em pé?
- Ele adora brincar, mas evita permanecer muito tempo em corrida?
 - Mostra sinais de dor depois do exercício?
 - Escorrega com facilidade? (muitos donos referem que determinado piso é muito escorregadio), 
- Cai com frequência? (muitos donos referem que é um pouco trapalhão e cai com frequência), Procura comer deitado?
- Balança a parte posterior? (donos referem que o meu cão tem um andar vaidoso)
- Corre como um coelho? ( levanta as 2 patas posteriores do chão ao mesmo tempo e contactam com o chão também em simultâneo)
- Mudanças de humor de forma repentina ?
- Não gosta de ser tocado ou escovado na zona mais posterior?
- Por vezes, no final do crescimento os sintomas desaparecem ou minimizam-se, ficando apenas como sinal único o caminhar oscilante.




COMO POSSO VALIDAR A MINHA SUSPEITA?

Vamos ensinar-lhe um teste que se tem mostrado muito útil no rastreio desta doença e que consiste em efectuar uma extensão passiva lenta e progressiva da articulação:

1 - Posicione-se por detrás do cão , ponha uma mão sobre a garupa e com a outra mão segure um pouco acima do joelho do lado da anca que vai testar.

2 - Lenta e progressivamente puxe o joelho para trás e para cima observando atentamente as reacções do animal. No grau máximo de extensão o joelho está um pouco abaixo da linha da garupa. Pare a manipulação assim que o animal der sinais de desconforto, se for esse o caso.

3 - As reacções possíveis são:
- Sinais de desconforto óbvio (ganir, olhar para trás e esquivar-se a esta posição, tentar morder – cuidado!! se não tem confiança com o cão que está a manipular não execute este teste);
- Sinais de desconforto ligeiro (os mesmo sinais mas menos evidentes, alguns cães simplesmente deitam-se como forma de dizer que não gostam da manipulação)
- Ausência de reacção – apesar de que alguns cães vão achar estranho esta “brincadeira” porque não estão habituados a ela,se a repetirmos algumas vezes dando-lhe sinais de que estamos só a brincar com ele , ele mostrará claramente que não sente dor nem desconforto.



DOENÇA GENÉTICA / ADQUIRIDA

A displasia da anca tem claros índices de herdabilidade. Mas, ainda que muitas vezes os cães sejam portadores, podem não desenvolver este problema. Vários fatores podem ser determinantes. Estes vão desde o ambiente ao desenvolvimento rápido, nutrição e genética. Pode-se dizer que é uma doença multifatorial.
Podemos ver filhos de pais normais com displasia ou vice-versa. Ou seja podemos ter pais com uma imagem radiológica das ancas normais no entanto podem ter filhos cujo as ancas são displásicas. Ou seja a herança genética que os pais transmitem aos filhos não está restringido numa radiografia. Mas dado o elevado risco de transmissão hereditária, deve evitar-se a procriação de cães com esta doença.




PREVENÇÃO

O excesso de peso e uma dieta que não é variada são fatores que já demonstraram aumentar as possibilidades de padecer de displasia. Um cachorro deve fazer um alimento de qualidade  de acordo com o tamanho que irá atingir em adulto  e respeitar a dose diária.
O exercício em pisos adequados. Consideram-se adequados todos os pisos em que o animal não escorregue com facilidade, que não cause o desgaste excessivo das unhas e os pisos que amorteçam os impactos do apoio em corrida e em salto, poupando as articulações às grandes forças que se geram nalguns destes impactos. O exercício deve ser moderado. 
 O período mais crítico do desenvolvimento desta doença é entre os 3 e os 8 meses. A redução da ingestão calórica e o exercício físico regular poderiam ser uma solução para evitar a displasia nesta fase.
O despiste desta doença faz-se exatamente neste período crítico. A realização do exame radiológico sob o efeito de uma sedação profunda ou anestesia, é obtida uma classificação do grau de displasia (grau A;B;C,D e E). Esta classificação permite-nos tomar decisões no que diz respeito ao maneio desta doença, para futuramente o pet não ficar com problemas osteoarticular graves.

Nos cães idosos, os problemas são consequência da osteoartrite. Os sintomas mais típicos são a dificuldade para levantar-se, o andar com oscilação das ancas, a carga de muito mais peso nos membros anteriores, dificuldades visíveis para pôr-se sobre os posteriores, subir escadas, entrar no carro ou subir para o sofá. A posição típica adoptada por um cão com osteoartrite da anca é com as patas abertas para aumentar a base de apoio e a cabeça inclinada para a frente para ter mais peso na parte anterior. Também é visível a atrofia muscular que existe nos posteriores.


Por vezes, observa-se que apresentam claudicação que desaparece depois de caminhar por um breve período de tempo; que sofrem mais pela manhã ao levantar-se, sobretudo se não descansaram de forma correta ou num colchão adequado; que colocam as patas fletidas enquanto caminham, realizando passos curtos uma vez que a extensão das ancas lhes dói. A duração dos passeios reduz-se, o cão senta-se ou deita-se e não tem vontade de sair.
Por norma os nossos pets não vocalizam a dor, a dor é silenciosa. Ainda que o seu pet não emita sons de dor deve valorizar todos os sinais que revelam o desconforto e a dor.


Existem inúmeras formas de o ajudar o seu pet. Independentemente da idade . Atualmente temos ao nosso dispor de variadíssimos recursos ( fármacos , suplementos, alimentação diectática adequada, laser e fisioterapia).
Seja qual for o problema estamos ao vosso dispor.
Marque uma consulta de avaliação ortopédica.


 Artigo redigido por Isabel Jorge - Médica Veterinária 


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

BOLAS DE PÊLO - UMA VERDADEIRA AMEAÇA PARA O SEU GATO!

Os gatos dedicam grande parte do seu dia, à limpeza da sua pelagem.
Apresentam, de facto, uma grande preocupação em manter o seu pelo limpo e para isso a sua língua contém inúmeras espículas, que a tornam bastante áspera. 



Durante o processo de limpeza, é natural que o gato engula o seu próprio pelo, mas o facto pode tornar-se preocupante quando a quantidade ingerida atinge um volume elevado, tomando ainda maiores proporções no caso de gatos com pelo comprido.

Durante as épocas de muda (primavera e outono), alturas em que há uma exagerada queda de pelo, a sua ingestão poderá ser em tão grande quantidade que o pelo deglutido pode formar bolas no estômago.

A principal sintomatologia observada é o gato andar menos ativo, com falta de apetite e vómitos (uma vez que as bolas de pelo provocam uma gastrite) onde se poderão observar bolas de pelo.
Nos casos mais graves, as bolas de pelo poderão não passar através do trânsito intestinal, o que poderá provocar dificuldades na defecação ou mesmo uma obstrução intestinal, o que pode colocar em risco a vida do seu gato. Caso se aperceba de qualquer um destes sintomas deverá consultar rapidamente o Médico Veterinário.

No caso de gatos que vivem principalmente dentro de casa, a mudança do pelo é constante ao longo do ano, pois estão sujeitos a uma temperatura ambiental relativamente elevada (muitas vezes com a ajuda de aquecedores!) e com exposição à luz prolongada.

Como em tudo, “Mais vale prevenir do que remediar!” e existem no mercado pastas para este efeito, as pastas de malte, bastante apetecíveis.

WeMalt uma ótima sugestão para os nossos gatos.
O seu efeito laxante suave favorece a eliminação ou prevenção da formação das bolas de pelo.





Aplicar nas patas da frente para que o gato possa lamber; colocar sobre o dedo ou diretamente na boca. Produto altamente palatável.

Para que o gato não ingira uma grande quantidade de pelo, deverá também escová-lo diariamente, principalmente durante as épocas da muda do pelo. Desta forma irá eliminar o pelo morto e evitará que o gato o ingira

Artigo redigido por Mónica Oliveira - Auxiliar Veterinária 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

DOENÇA ARTICULAR - SIM OU NÃO?

“- O meu cão é cachorro , hiperactivo ,come e brinca mas de vez em quando cocheia do membro anterior .É muito tonto e provavelmente magoou-se durante a brincadeira …vou ao veterinário?
-Não ,vou esperar um ou dois dias para ver se melhora …
-Melhorou?
-Não está pior mas às vezes cocheia ,outras vezes não…devo ir ao veterinário?
-Sim “

Quando temos um cachorro não esperamos lidar com problemas articulares ,mas existem patologias que afectam os cães jovens e que são muitas vezes sub-diagnosticadas quando os sinais clínicos são desvalorizados …

Neste contexto , apresento a Panosteíte

A panosteíte é uma patologia auto-limitante de etiologia desconhecida, que afeta  os ossos longos como o úmero, rádio, ulna, fêmur e tíbia.
A panosteíte envolve áreas diafisárias, metafisárias e tubulares de ossos longos. É caracterizada por fibrose medular, ou seja, uma nova deposição óssea no endósteo e perióteo.
Além do nome panosteíte, é também conhecida como osteomielite juvenil, enostose, panosteíte eosinofílica, ou ainda, panosteíte canina.

 Pode estar correlacionada com fatores hereditários, doenças virais, bacterianas, vasculares, metabólicas e endócrinas.
 Os animais afetados  apresentam claudicação de um ou mais membros (simultaneamente ou sequencialmente) e dor à palpação.

Predisposição : 

- Cães jovens (4 a 12 meses de idade)
- Pode ocasionalmente ocorrer em  animais adultos (20% dos casos)
-  É mais frequente em raças de grande porte, especialmente Pastor Alemão
- Existem outras raças com predisposição :Scottish Terrier, São Bernardo, Doberman, Pinscher, Setter, Golden Retriever, Labrador e Shnauzer miniatura.
- Os machos são mais afectados que as fêmeas

Sintomas

-Dor que pode ser exacerbada  após firme pressão nas diáfises dos ossos afetados.
-A dor manifesta-se com claudicação intermitente
- A claudicação ocorre espontaneamente, sem história de traumatismo recente. 
-Pode estar associado letargia e hipertermia
- Os sinais clínicos podem persistir  entre 2 a 9 meses e se resolvendo geralmente com 18 a 20 meses de idade, quando a severidade do ataque vai sendo reduzida.


Diagnóstico por Exames: 


Avaliação laboratorial

A hematologia e o perfil bioquímico sérico são mantidos normais.

Radiografia

A radiografia é o exame de eleição para o diagnóstico da panosteíte.





As lesões radiográficas caracterizam-se por aumento difuso ou focal de densidade, acentuando a cavidade medular.
São evidentes alterações no aspecto radiográfico normal das diáfises e metáfises dos ossos longos (úmero, rádio, fémur e tíbia), existindo raros casos descritos de lesões no ílio e metacarpos. 
As alterações radiográficas começam por um ligeiro aumento da densidade óssea medular caracterizada por proliferação de tecido fibroso intra - medular, depois com a proliferação de osteoblastos e a formação e calcificação de novo osso intramedular a radiopacidade torna-se evidente.

1-Pelvis, 2-Área afetada Panosteíte, 3- Femur 


Durante a resolução da patologia, as áreas afetadas reduzem gradualmente de tamanho e densidade.
Os sinais radiográficos podem persistir por vários meses após o desaparecimento dos sintomas clínicos.


                                                                 Artigo redigido por Luisa Nunes - Médica Veterinária 

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

OSTEOCONDRITE DISSECANTE (OCD)

Osteocondrite dissecante (OCD)


Afinal o que é a OCD?

Trata-se de uma condição patológica da cartilagem articular resultante de distúrbio na ossificação endocondral, causando fissuras na cartilagem e levando à formação de um flape que fica em muitos casos livre na articulação, degenerando-a e causando dor. Desenvolve-se mais em animais de porte médio ou grande, principalmente em cães machos, uma vez que tendem a ter crescimento mais rápido do que as fêmeas. Há maior incidência em animais entre os 5 e 7 meses de idade.

Figura 1 – Articulação com osteocondrite dissecante. (http://petbyser.blogspot.pt/2015/01/osteocondrite-dissecante. html)


Causas

Deve-se a um conjunto de vários fatores tais como: distúrbio da ossificação endocondral e espessamento da cartilagem articular, traumatismos, excesso de massa corpórea, exercícios vigorosos, hereditariedade e suplementação excessiva em cálcio e vitamina D.

Sintomas

A OCD é uma das causas mais importantes de claudicação em cães jovens daí o diagnóstico precoce ser essencial para o sucesso no tratamento. O início da claudicação pode ser súbita ou gradual, e pode envolver um ou mais membros tornando-se pior após o exercício. Outros sintomas são: o animal tornar-se incapaz de suportar peso no membro afetado, ocorrência de inchaço na(s) articulação(ões) e dor nos membros, especialmente na manipulação de articulações envolvidas. Em casos de claudicação crónica há atrofia dos músculos desse membro.

Figura 2- Exame ortopédico http://archive.content.aah.net.au/files/images/vet-checking-dog-leg.jpg


Diagnóstico

O seu cão deve ser submetido a um exame ortopédico completo, com especial atenção para os membros que o estão a incomodar. A radiografia é a melhor ferramenta para o diagnóstico do problema; o seu médico veterinário realizará vários raios-x das articulações e ossos afetados para verificar da melhor maneira qualquer anormalidade. A tomografia computadorizada (CT-scan), ressonância magnética (MRI) e a artroscopia também são ferramentas úteis de diagnóstico para visualizar a extensão de quaisquer lesões internas.


Tem tratamento?

O tratamento mais indicado para OCD é o tratamento cirúrgico, a osteocondroplastia, que tem como objetivo remover todos os fragmentos de cartilagem da lesão, através da exposição da articulação e curetagem da porção lesada.

Prognóstico

O pós-operatório requer restrição de actividade durante 2-4 semanas, com pequenas caminhadas após este período. Alguns cães podem continuar com discreta claudicação ocasional mas regra geral o prognóstico para pacientes tratados cirúrgicamente é muito bom.



Figura 3- O repouso pós-cirúrgico é muito importante para o sucesso do tratamento. http://rockysretreat.com/rrmedia/dog-sleeping-on-couch-web-sized.jpg
 
 




Esteja atento ao seu cachorro e informe-se com o seu médico veterinário !


 Artigo redigido por Sara Fiorenzo - Médica Veterinária