“- O meu cão
é cachorro , hiperactivo ,come e brinca mas de vez em quando cocheia do membro
anterior .É muito tonto e provavelmente magoou-se durante a brincadeira …vou ao
veterinário?
-Não ,vou
esperar um ou dois dias para ver se melhora …
-Melhorou?
-Não está
pior mas às vezes cocheia ,outras vezes não…devo ir ao veterinário?
-Sim
“
Quando temos
um cachorro não esperamos lidar com problemas articulares ,mas existem
patologias que afectam os cães jovens e que são muitas vezes sub-diagnosticadas
quando os sinais clínicos são desvalorizados …
Neste contexto , apresento a
Panosteíte
A panosteíte
é uma patologia auto-limitante de etiologia desconhecida, que afeta os ossos longos como o úmero, rádio, ulna,
fêmur e tíbia.
A panosteíte
envolve áreas diafisárias, metafisárias e tubulares de ossos longos. É
caracterizada por fibrose medular, ou seja, uma nova deposição óssea no
endósteo e perióteo.
Além do nome
panosteíte, é também conhecida como osteomielite juvenil, enostose, panosteíte
eosinofílica, ou ainda, panosteíte canina.
Pode estar correlacionada com fatores
hereditários, doenças virais, bacterianas, vasculares, metabólicas e
endócrinas.
Os animais afetados apresentam claudicação de um ou mais membros
(simultaneamente ou sequencialmente) e dor à palpação.
Predisposição
:
- Cães jovens
(4 a 12 meses de idade)
- Pode
ocasionalmente ocorrer em animais
adultos (20% dos casos)
- É mais frequente em raças de grande porte,
especialmente Pastor Alemão
- Existem
outras raças com predisposição :Scottish Terrier, São Bernardo, Doberman,
Pinscher, Setter, Golden Retriever, Labrador e Shnauzer miniatura.
- Os machos são mais afectados que as fêmeas.
Sintomas
-Dor que pode
ser exacerbada após firme pressão nas
diáfises dos ossos afetados.
-A dor
manifesta-se com claudicação intermitente
- A claudicação
ocorre espontaneamente, sem história de traumatismo recente.
-Pode estar
associado letargia e hipertermia
- Os sinais
clínicos podem persistir entre 2 a 9 meses e se resolvendo geralmente
com 18 a 20 meses de idade, quando a severidade do ataque vai sendo reduzida.
Diagnóstico
por Exames:
Avaliação
laboratorial
A hematologia
e o perfil bioquímico sérico são mantidos normais.
Radiografia
A radiografia
é o exame de eleição para o diagnóstico da panosteíte.
As lesões
radiográficas caracterizam-se por aumento difuso ou focal de densidade,
acentuando a cavidade medular.
São evidentes
alterações no aspecto radiográfico normal das diáfises e metáfises dos ossos
longos (úmero, rádio, fémur e tíbia), existindo raros casos descritos de lesões
no ílio e metacarpos.
As alterações
radiográficas começam por um ligeiro aumento da densidade óssea medular
caracterizada por proliferação de tecido fibroso intra - medular, depois com a
proliferação de osteoblastos e a formação e calcificação de novo osso
intramedular a radiopacidade torna-se evidente.
1-Pelvis,
2-Área afetada Panosteíte, 3- Femur
|
Durante a resolução da patologia, as áreas afetadas reduzem gradualmente de tamanho e densidade.
Os sinais
radiográficos podem persistir por vários meses após o desaparecimento dos
sintomas clínicos.
Artigo redigido por Luisa Nunes - Médica Veterinária
Animais com diagnóstico de panosteíte (em fase de desenvolvimento) deve ser retirado de reprodução na fase adulta?
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