O
herpesvirus felino 1 (FHV-1) é o agente infeccioso que está na origem de um
infeção respiratória superior na espécie felina e tem uma distibuição mundial.
Aparece
com frequência associado a infeções por calicivirus felino e bactérias, agravando
o quadro clínico. O FHV-1 fica latente após cura clínica e a maioria dos gatos
torna-se portador durante toda a vida. O stress ou tratamentos com fármacos imunossupressores
e corticosteroides pode causar a reactivação e eliminação do vírus para o meio
ambiente, voltando a ser uma fonte de contágio para outros gatos.
Os
gatos afectados eliminam o FHV-1 nas secreções orais, nasais e conjuntivais
durante cerca de 3 semanas. É necessário o contacto directo com um gato afectado
para contrair o vírus, pelo que é uma patologia facilmente disseminada em ambientes
onde existem muitos gatos, como gatis. Se a progenitora tem uma infeção latente
pode causar infeções sub-clínicas na ninhada numa fase precoce.
Sintomatologia
clínica:
-
Espirros, corrimento nasal que pode evoluir para pneumonia em casos mais
severos
-
Descargas oculares,conjuntivite aguda,úlceras corneais
-
Perda de apetite
-
Febre ,depressão
Se não ocorrerem complicações, os sinais
clínicos podem reolver-se em 1 a 2 semanas.
Diagnóstico:
O
diagnóstico realiza-se mediante esfregaços conjuntivais, corneais ou orofaríngeos
com um exame laboratorial com grande especificidade -PCR ou através de analítica sanguínea
Tratamento:
O
tratamento instaurado, dependendo da sintomatologia clínica poderá consistir em:
-tratamento
de suporte com fluidoterapia.
-antibioterapia
para prevenir infeções bacterianas secundárias
-antibioterapia
e antivirais oftálmicos
-aporte
nutricional adequado com alimentos de alta palatibilidade
-mucolíticos
para facilitar a eliminação de secreções nasais
-nebulizações
com solução salina para desobstruir as vias aerias
-suplementação
com L-Lisina (aminoácido presente nas proteínas que tem um efeito inibitório na
replicação do vírus, limitando a intensidade dos sinais clínicos)
-manter
uma boa higienização dos olhos e fossas nasais
Prevenção:
Em
ambientes de criação, gatis, ou na introdução de um novo gatinho em casa devem
seguir-se regras mínimas :
-os
gatos recém chegados devem submeter-se a quarentena de 2 semanas
-as
gatas progenitoras devem parir em ambiente isolado dos outros gatos e os
gatinhos não devem ser misturados com os outros gatos até serem vacinados -limpar
exaustivamente os locais onde estiveram gatos infectados uma vez que o vírus é
resistente à maioria dos antisépticos e detergentes
Vacinação:
Devem
ser vacinados todos os gatos sadios com uma primeira vacina a partir das 8 semanas
reforço após 4 semanas e revacinação anual
Os
gatos adultos com estado vacinal desconhecido ou incerto devem seguir o mesmo
esquema vacinal
Os
gatos que sofreram infeção e após recuperação do quadro clínico também devem
ser vacinados.
A
prevenção é muito simples, seguindo o esquema vacinal recomendado pelo médico
veterinário do seu animal.Não descure um procedimento simples que pode salvar vidas!
Artigo redigido por Luísa Nunes - Médica Veterinária
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