sexta-feira, 8 de julho de 2016

Herpesvirus felino

O herpesvirus felino 1 (FHV-1) é o agente infeccioso que está na origem de um infeção respiratória superior na espécie felina e tem uma distibuição mundial.
Aparece com frequência associado a infeções por calicivirus felino e bactérias, agravando o quadro clínico. O FHV-1 fica latente após cura clínica e a maioria dos gatos torna-se portador durante toda a vida. O stress ou tratamentos com fármacos imunossupressores e corticosteroides pode causar a reactivação e eliminação do vírus para o meio ambiente, voltando a ser uma fonte de contágio para outros gatos.



Os gatos afectados eliminam o FHV-1 nas secreções orais, nasais e conjuntivais durante cerca de 3 semanas. É necessário o contacto directo com um gato afectado para contrair o vírus, pelo que é uma patologia facilmente disseminada em ambientes onde existem muitos gatos, como gatis. Se a progenitora tem uma infeção latente pode causar infeções sub-clínicas na ninhada numa fase precoce.




Sintomatologia clínica:

- Espirros, corrimento nasal que pode evoluir para pneumonia em casos mais severos
- Descargas oculares,conjuntivite aguda,úlceras corneais
 - Perda de apetite
- Febre ,depressão




 Se não ocorrerem complicações, os sinais clínicos podem reolver-se em 1 a 2 semanas.

Diagnóstico:

O diagnóstico realiza-se mediante esfregaços conjuntivais, corneais ou orofaríngeos com um exame laboratorial com grande especificidade  -PCR ou através de analítica sanguínea

Tratamento:

O tratamento instaurado, dependendo da sintomatologia clínica poderá consistir em:

-tratamento de suporte com fluidoterapia.
-antibioterapia para prevenir infeções bacterianas secundárias
-antibioterapia e antivirais oftálmicos
-aporte nutricional adequado com alimentos de alta palatibilidade
-mucolíticos para facilitar a eliminação de secreções nasais
-nebulizações com solução salina para desobstruir as vias aerias
-suplementação com L-Lisina (aminoácido presente nas proteínas que tem um efeito inibitório na replicação do vírus, limitando a intensidade dos sinais clínicos)
-manter uma boa higienização dos olhos e fossas nasais

 Prevenção:

Em ambientes de criação, gatis, ou na introdução de um novo gatinho em casa devem seguir-se regras mínimas :

-os gatos recém chegados devem submeter-se a quarentena de 2 semanas
-as gatas progenitoras devem parir em ambiente isolado dos outros gatos e os gatinhos não devem ser misturados com os outros gatos até serem vacinados     -limpar exaustivamente os locais onde estiveram gatos infectados uma vez que o vírus é resistente à maioria dos antisépticos e detergentes

Vacinação:

Devem ser vacinados todos os gatos sadios com uma primeira vacina a partir das 8 semanas reforço após 4 semanas e revacinação anual
Os gatos adultos com estado vacinal desconhecido ou incerto devem seguir o mesmo esquema vacinal
Os gatos que sofreram infeção e após recuperação do quadro clínico também devem ser vacinados.
              


A prevenção é muito simples, seguindo o esquema vacinal recomendado pelo médico veterinário do seu animal.Não descure um procedimento simples que pode salvar vidas!

Artigo redigido por  Luísa Nunes - Médica Veterinária

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