segunda-feira, 13 de março de 2017

LEISHMANIOSE - DICAS, DÚVIDAS E ALERTAS

A leishmaniose é uma doença causada por um parasita – leishmânia- transmitido através de um inseto “flebótomo” que é semelhante a um mosquito. Esta doença é apenas transmitida por este tipo de insecto (apenas pelas fêmeas do flebótomo) e não por qualquer um. No entanto existem estudo científicos recentes que comprovam que a leishmaniose também pode ser transmitida por carraças.
Na europa existem cerca de 2,5 milhões de cães infectados com esta doença.




DÚVIDAS
ESTA DOENÇA TEM CURA?
Não, esta doença não tem cura. Existe actualmente vários protocolos terapêuticos que podem ser mais ou menos eficazes, dependendo do grau de infeção do animal e também do grau de competência do seu sistema imunitário. Normalmente os animais infectados necessitam de uma terapêutica para a vida, com períodos de agudização da doença na maioria dos casos. No entanto casos existem, em que o animal supera todos os sintomas clínicos, apesar de persistir infectado.
O MEU CÃO COM LEISHMANIOSE PODE TRANSMITIR-ME A DOENÇA?
Não, os animais infetados não transmitem a doença directamente. No entanto esta doença é uma zoonose, o que significa que é comum aos animais e ao ser humano.
Em Portugal são notificados todos os anos centenas de novos casos em adultos e crianças. É uma doença de declaração obrigatória. A Incúria dos tutores dos animais  com leishmaniose que se recusam a fazer tratamento ou que o fazem de forma temporária , estão em grande escala a contribuir para que o reservatório dos animais com esta doença aumente exponencialmente. Desta forma o risco é acrescido para quem convive de  perto com estes animais. A forma de transmissão desta doença necessita sempre de um vector, flebótomo.
 Portanto directamente um animal nunca pode transmitir a doença, ainda que acidentalmente contacte com sangue dele.
QUAL A FORMA MAIS EFICAZ DE PREVENIR ESTA DOENÇA?
A forma mais eficaz é o sinergismo de vários procedimentos. Ou seja, deve vacinar o seu pet e associar um produto de repelência. Atualmente existem 2 tipos de vacinas para esta doença, no entanto estas vacinas (parasitárias) não tem a mesma eficácia que as vacinas víricas.
Por este motivo devemos associar sempre um produto que promova a repelência de insectos. Estes produtos existem em forma de pipeta e coleiras.
Existe ainda uma outra forma de prevenção que é um fármaco que estimula o sistema imunitário “ Leisguard”.


                                              

QUALQUER PIPETA SERVE PARA FAZER A REPELENCIA DESTE TIPO DE INSECTO?
Não, apenas as pipetas que tenham na sua composição piretrinas é que fazem a repelência. Facilmente os tutores são induzidos em erro em relação á aplicação das pipetas achando que qualquer marca serve para este fim. Para além de serem poucas as marcas que de facto fazem repelência, a sua eficácia efetiva para este fim é muito mais curto do que para a prevenção das carraças e pulgas. Os tutores dos animais colocam as pipetas normalmente com o intervalo de 4 semanas, quando a maioria das pipetas necessita ser colocada de 3-3 semanas para a repelência dos insectos.


A COLEIRA É EFICAZ PARA IMPEDIR QUE OS INSETOS PIQUEM?
Actualmente as coleiras que estão aprovadas para fazer repelência são a “ sacalibor” e a “seresto”,tendo esta ultima mais tempo de vida útil.



A VACINA DA LEISHMANIOSE PODE SER ADMINISTRADA A QUALQUER CÃO?
Não.
Não, pode ser administrada a fêmeas gestantes e lactantes e a cachorros com menos de 6 meses.
Para ser administrado a qualquer cão é necessário realizar um teste de sangue prévio de modo que garanta que o referido animal não está infectado. O teste de sangue que nos indica os níveis de anticorpos, (teste diagnóstico quantitativo), ou apenas se tem ou não a doença (teste de diagnóstico qualitativo), pode ser realizado apenas como despiste da doença.
CASO NÃO QUEIRA DAR A VACINA AO MEU PET POSSO FAZER O DESPISTE DA DOENÇA?
Sim claro, pode e deve fazer o despiste ainda que não tenha a intenção de o vacinar.
Neste caso está a fazer um despiste da doença, ou um diagnóstico precoce. Pois neste tipo de doença, o diagnóstico atempado e o início da terapêutica ainda numa fase inicial faz toda a diferença, na longevidade e qualidade de vida do animal.
SE O MEU CÃO FICAR INFECTADO, OS SINTOMAS SÃO LOGO VISIVEIS?
Não, neste tipo de doença leva a alguns meses até que o animal venha a manifestar os sintomas. Existem relatos de animais que desenvolvem os sintomas meses e até anos mais tarde, em relação ao contágio inicial. Estes estudos são feitos em animais que se deslocam de um país endémico para outro onde não existe leishmaniose.

ESTA DOENÇA PODE MATAR O MEU PET?
Sim, esta doença provoca uma série de alterações que a maior parte das vezes culmina com a morte do animal.
No entanto quando esta doença se manifesta mais como “ Leishmaniose cutânea”, ou seja os sintomas da doença são mais a nível da pele, por vezes os órgãos internos ficam menos afectados, estes animais tem uma longevidade maior, versos os animais que tem uma Leishmaniose visceral.
A Leishmaniose visceral afecta os órgãos internos (insuficiência renal, hepática, esplenomegalia, anemia etc), os animais apresentam-se sem sintomas exteriores, mas com uma qualidade de vida muito menor e normalmente com uma longevidade muito curta. No entanto um animal apresenta muito maior risco em termos de saúde pública  tendo uma leishmaniose cutânea do se tiver uma leishmaniose visceral. Pois a forma de propagação da doença é muito mais fácil.

  
DICAS

- Vacinar o seu pet
- Evitar passeio pela manhã e ao anoitecer (altura do dia em que existe maior risco)
- Evitar passeios junto de zonas onde existam águas estagnadas.
- Usar um produto externo de repelência adequado respeitando rigorosamente o tempo de vida útil para a repelência de insetos.
- Antes de sair de casa para passear o seu pet, passar pelo corpo toalhitas apropriadas que promovem repelência de insectos.
- Administração de medicamentos que reduzem o risco de contrair Leishmaniose a partir dos 2 meses de idade.
- Assegurar um bom estado de saúde do animal, reforçando o seu sistema imunitário (através de uma boa alimentação, vacinação e desparasitação)
- Caso se desloque para regiões endémicas, reforçar a prevenção com produtos externos (pipetas ou coleiras) de aplicação recente.
- Quando do regresso de uma região endémica, administração de medicamentos que reforcem o sistema imunitário.
- Se o seu pet não é vacinado, fazer o despiste da doença anualmente.
-Caso o seu pet esteja infectado com Leishmaniose, fazer a titulação de anticorpos de forma regular, para assegurar que a doença esta controlada.
-Caso o seu pet necessite ser medicado para esta doença, siga as indicações médicas do seu médico veterinário, evitando assim que o seu cão seja um foco de infecção para outros animais.





ALERTAS

Lembre-se que a Leishmaniose é uma doença grave que pode conduzir á morte do seu animal.
Um cão com uma leishmaniose não controlada é um foco de infecção para toda uma população (animais e pessoas).
Atualmente a vacina da Leishmaniose é uma das vacinas que faz mais sentido, no programa de vacinação de um cão.
Lembre-se se o seu cão contrair a doença, em termos económicos os gastos são muito maiores do que se optar pela prevenção.

Um cão com leishmaniose apresenta uma morbilidade muito elevada, e como tal uma qualidade de vida muito reduzida.

O controlo desta doença passa pela prevenção.

Informe-se connosco para que possamos apresentar-lhe a melhor forma de prevenção.

Artigo redigido por Isabel Jorge - Médica Veterinária 

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