A leishmaniose é
uma doença causada por um parasita – leishmânia- transmitido através de um
inseto “flebótomo” que é semelhante a um mosquito. Esta doença é apenas
transmitida por este tipo de insecto (apenas pelas fêmeas do flebótomo) e não
por qualquer um. No entanto existem estudo científicos recentes que comprovam
que a leishmaniose também pode ser transmitida por carraças.
Na europa existem
cerca de 2,5 milhões de cães infectados com
esta doença.
DÚVIDAS
ESTA DOENÇA TEM CURA?
Não, esta doença
não tem cura. Existe actualmente vários protocolos terapêuticos que podem ser
mais ou menos eficazes, dependendo do grau de infeção do animal e também do
grau de competência do seu sistema imunitário. Normalmente os animais
infectados necessitam de uma terapêutica para a vida, com períodos de
agudização da doença na maioria dos casos. No entanto casos existem, em que o
animal supera todos os sintomas clínicos, apesar de persistir infectado.
O MEU CÃO COM LEISHMANIOSE PODE
TRANSMITIR-ME A DOENÇA?
Não, os animais
infetados não transmitem a doença directamente. No entanto esta doença é uma
zoonose, o que significa que é comum aos animais e ao ser humano.
Em Portugal são
notificados todos os anos centenas de novos casos em adultos e crianças. É uma
doença de declaração obrigatória. A Incúria dos tutores dos animais com leishmaniose que se recusam a fazer
tratamento ou que o fazem de forma temporária , estão em grande escala a contribuir
para que o reservatório dos animais com esta doença aumente exponencialmente.
Desta forma o risco é acrescido para quem convive de perto com estes animais. A forma de transmissão
desta doença necessita sempre de um vector, flebótomo.
Portanto directamente um animal nunca pode transmitir
a doença, ainda que acidentalmente contacte com sangue dele.
QUAL A FORMA MAIS EFICAZ DE PREVENIR ESTA
DOENÇA?
A forma mais eficaz
é o sinergismo de vários procedimentos. Ou seja, deve vacinar o seu pet e
associar um produto de repelência. Atualmente existem 2 tipos de vacinas para
esta doença, no entanto estas vacinas (parasitárias) não tem a mesma eficácia
que as vacinas víricas.
Por este motivo
devemos associar sempre um produto que promova a repelência de insectos. Estes
produtos existem em forma de pipeta e coleiras.
Existe ainda uma
outra forma de prevenção que é um fármaco que estimula o sistema imunitário “
Leisguard”.
QUALQUER PIPETA SERVE PARA FAZER A
REPELENCIA DESTE TIPO DE INSECTO?
Não, apenas as
pipetas que tenham na sua composição piretrinas é que fazem a repelência.
Facilmente os tutores são induzidos em erro em relação á aplicação das pipetas
achando que qualquer marca serve para este fim. Para além de serem poucas as
marcas que de facto fazem repelência, a sua eficácia efetiva para este fim é
muito mais curto do que para a prevenção das carraças e pulgas. Os tutores dos
animais colocam as pipetas normalmente com o intervalo de 4 semanas, quando a
maioria das pipetas necessita ser colocada de 3-3 semanas para a repelência dos
insectos.
A COLEIRA É EFICAZ PARA IMPEDIR QUE OS
INSETOS PIQUEM?
Actualmente as
coleiras que estão aprovadas para fazer repelência são a “ sacalibor” e a
“seresto”,tendo esta ultima mais tempo de vida útil.
A VACINA DA LEISHMANIOSE PODE SER
ADMINISTRADA A QUALQUER CÃO?
Não.
Não, pode ser
administrada a fêmeas gestantes e lactantes e a cachorros com menos de 6 meses.
Para ser
administrado a qualquer cão é necessário realizar um teste de sangue prévio de
modo que garanta que o referido animal não está infectado. O teste de sangue
que nos indica os níveis de anticorpos, (teste diagnóstico quantitativo), ou
apenas se tem ou não a doença (teste de diagnóstico qualitativo), pode ser realizado
apenas como despiste da doença.
CASO NÃO QUEIRA DAR A VACINA AO MEU
PET POSSO FAZER O DESPISTE DA DOENÇA?
Sim claro, pode e
deve fazer o despiste ainda que não tenha a intenção de o vacinar.
Neste caso está a
fazer um despiste da doença, ou um diagnóstico precoce. Pois neste tipo de
doença, o diagnóstico atempado e o início da terapêutica ainda numa fase
inicial faz toda a diferença, na longevidade e qualidade de vida do animal.
SE O MEU CÃO FICAR INFECTADO, OS
SINTOMAS SÃO LOGO VISIVEIS?
Não, neste tipo de
doença leva a alguns meses até que o animal venha a manifestar os sintomas.
Existem relatos de animais que desenvolvem os sintomas meses e até anos mais
tarde, em relação ao contágio inicial. Estes estudos são feitos em animais que
se deslocam de um país endémico para outro onde não existe leishmaniose.
ESTA DOENÇA PODE MATAR O MEU PET?
Sim, esta doença
provoca uma série de alterações que a maior parte das vezes culmina com a morte
do animal.
No entanto quando
esta doença se manifesta mais como “ Leishmaniose cutânea”, ou seja os sintomas
da doença são mais a nível da pele, por vezes os órgãos internos ficam menos
afectados, estes animais tem uma longevidade maior, versos os animais que tem
uma Leishmaniose visceral.
A Leishmaniose
visceral afecta os órgãos internos (insuficiência renal, hepática,
esplenomegalia, anemia etc), os animais apresentam-se sem sintomas exteriores,
mas com uma qualidade de vida muito menor e normalmente com uma longevidade
muito curta. No entanto um animal apresenta muito maior risco em termos de
saúde pública tendo uma leishmaniose
cutânea do se tiver uma leishmaniose visceral. Pois a forma de propagação da
doença é muito mais fácil.
DICAS
- Vacinar o seu pet
- Evitar passeio pela manhã e ao
anoitecer (altura do dia em que existe maior risco)
- Evitar passeios junto de zonas onde
existam águas estagnadas.
- Usar um produto externo de
repelência adequado respeitando rigorosamente o tempo de vida útil para a
repelência de insetos.
- Antes de sair de casa para passear o
seu pet, passar pelo corpo toalhitas apropriadas que promovem repelência de
insectos.
- Administração de medicamentos que
reduzem o risco de contrair Leishmaniose a partir dos 2 meses de idade.
-
Assegurar um bom estado de saúde do animal, reforçando o seu sistema imunitário
(através de uma boa alimentação, vacinação e desparasitação)
- Caso se desloque para regiões
endémicas, reforçar a prevenção com produtos externos (pipetas ou coleiras) de
aplicação recente.
- Quando do regresso de uma região
endémica, administração de medicamentos que reforcem o sistema imunitário.
- Se o seu pet não é vacinado, fazer o
despiste da doença anualmente.
-Caso o seu pet esteja infectado com
Leishmaniose, fazer a titulação de anticorpos de forma regular, para assegurar
que a doença esta controlada.
-Caso o seu pet necessite ser medicado
para esta doença, siga as indicações médicas do seu médico veterinário,
evitando assim que o seu cão seja um foco de infecção para outros animais.
ALERTAS
Lembre-se que a Leishmaniose é uma
doença grave que pode conduzir á morte do seu animal.
Um cão com uma leishmaniose não
controlada é um foco de infecção para toda uma população (animais e pessoas).
Atualmente a vacina da Leishmaniose é
uma das vacinas que faz mais sentido, no programa de vacinação de um cão.
Lembre-se se o seu cão contrair a
doença, em termos económicos os gastos são muito maiores do que se optar pela
prevenção.
Um cão com leishmaniose apresenta uma
morbilidade muito elevada, e como tal uma qualidade de vida muito reduzida.
O controlo desta doença passa pela
prevenção.
Informe-se connosco para que possamos
apresentar-lhe a melhor forma de prevenção.
Artigo redigido por Isabel Jorge - Médica Veterinária