TEMA EM FOCO NO CLUBE ANDRÉ'S PET - SETEMBRO / OUTUBRO
OSTEOVET
O termo displasia da anca (DA), significa literalmente,
formação anormal da articulação coxofemoral.
CAUSAS:
Esta doença ortopédica é muito vulgar entre os nossos pets,
ou seja, é a mais comum em cães, atingindo cerca de 50 % dos animais, incidindo
com mais intensidade nas raças grandes e gigantes. No entanto, são verificados
vários casos nas raças de menor porte e até em gatos.
É uma doença com base genética, embora não seja congénita,
ou seja, o animal não nasce com esta patologia. A genética desta doença é complexa, e a expressão fenotípica
é determinada pela interação de vários genes e afectada por inúmeros factores
ambientais, ou seja, é uma doença multifactorial.
FACTORES AMBIENTAIS:
- Excesso de peso - provoca um stress articular acrescido e
uma sobrecarga óssea.
- Excesso de exercício físico - durante a fase de
crescimento provoca contusões intra-articulares ou mesmo micro fracturas.
-Ganho de peso excessivo na fase de crescimento - um ganho
de peso não proporcional ao desenvolvimento ósseo provoca sobrecarga articular.
- Habitat inadequado - um piso demasiado escorregadio
provoca constantes contusões intra-articulares em várias zonas, em particular
na articulação coxo femoral.
- Alimentação desequilibrada - só uma alimentação com os
nutrientes em proporções corretas, permitirá um desenvolvimento adequado, quer
da massa óssea, quer das cartilagens.
Para quem tem um cachorro nesta fase, independente do
tamanho que este atinja, é importante que respeite um conjunto de factores,
todos eles importantes e determinantes na revelação desta doença
osteoarticular.
DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico nem sempre é fácil. Este deverá começar sempre
pela história clinica do animal ou exame físico complementado com exame
radiológico.
O RX deve ser realizado sob o efeito de anestesia geral ou
sedação profunda para que ocorra um bom relaxamento dos músculos. O exame radiológico mais utilizado é a medição do ângulo de
Norberg-Olsen.
Com base na medição deste ângulo (entre o centro da cabeça
do fémur e o bordo cranial do acetábulo), na congruência articular e na
conformação da cabeça do fémur, é possível emitir um diagnóstico no que diz
respeito ao grau desta doença ou à ausência dela.
Podemos obter 5 graus referentes a esta doença. Desde o grau
A (ausência de displasia) até ao grau E (displasia severa).
Este método de diagnóstico é recomendado pela FCI
(Federation Cynologique Internacional) e pela OFA (Orthopédic Fundation of
Animal).
Em Portugal, a entidade oficial de certificação da DA é a
APMVEAC (Associação Portuguesa dos Médicos Veterinários Especialistas em Animais
de Companhia), também ela utiliza este método para emitir a certificação.
A Clinica Veterinária de Santo André - (Barreiro) e o Andre’s Pet
Veterinário - (Sarilhos Grandes), trabalham regularmente em parceria com esta entidade de
certificação .
TRATAMENTO:
Existem tratamentos conservadores e cirúrgicos. No entanto,
a opção por um ou outro, tem sempre como ponto de partida o grau de displasia
da anca e a idade do animal em causa. Esta é uma decisão que terá de ser tomada
em plena consciência, e com uma complicity entre o dono e o seu vet.
Em última análise, é sempre o animal que tem que ficar
beneficiado com a opção tomada. O objectivo passa obrigatoriamente por melhorar
a sua condição de vida.
O diagnóstico deste problema osteoarticular, não é de modo
algum uma sentença de morte nem tão pouco um sofrimento para o resto da vida. A
DA tem um maneio médico bastante eficaz, mas é crucial que se identifique
precocemente este problema.
A frequência dos sintomas e a sua gravidade podem ser mitigadas
pela administração de condroprotectores ou pela manipulação da taxa de crescimento
e prevenção da obesidade. Desta forma, poderão manter-se articulações
fenotipicamente normais até à idade adulta e uma qualidade de vida aceitável. O diagnóstico é fundamental e não se deve cair no erro de comparar casos.
Assim, deverá fazer o despiste da displasia da anca e/ou cotovelo ou ainda outros problemas osteoarticulares numa das nossas clínicas (Barreiro ou Sarilhos Grandes) com vantagens acrescidas durante os meses de Setembro e Outubro.
Artigo redigido por Isabel Jorge - Médica Veterinária / Directora Clínica
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