Muitas
são as opiniões no que diz respeito à compra ou adopção de animais de
estimação. A aquisição de um PET seja ele cão, gato ou de outra espécie, exige um
grande sentido de responsabilidade. A longevidade de um animal de estimação
pode ser de cerca de 5 anos no caso dos coelhos ou até 20 anos no caso de
alguns gatos. Por este motivo a decisão terá que ser tomada em consciência e
nunca de forma caprichosa ou impulsiva.
Na
minha vida profissional e enquanto médica veterinária sou questionada
regularmente sobre este assunto.
Drª, acha que devo comprar ou adoptar um novo membro para minha casa?
A
minha opinião é muito particular, pois muitas vezes ouço dizer “jamais daria
dinheiro por um cão, com tantos animais abandonados”.
Efectivamente
a adopção de um animal deveria ser a prioridade. No entanto, existem muitas
pessoas que pretendem escolher um animal de estimação de acordo com
determinadas características que se coadunam com a personalidade, com o modo de vida, a disponibilidade, o espaço, a presença de crianças, a
existência de determinadas doenças de alguns membros da família, etc.
Muitas
vezes, quando a aquisição é menos bem equacionada, surgem dissabores. Pois
pretendiam que aquele animal em particular tivesse outras características. Por
exemplo: ser mais meigo, mais independente, mais calmo, com menos pêlo, de menor porte,
menos barulhento, enfim, um vasto leque de razões que acabam por diminuir a
afinidade de um tutor com o seu PET.
Na
base do amor e da partilha está sempre uma empatia inicial e uma afinidade,
seja com as pessoas ou com os animais. É com esta base é que devemos construir
uma relação duradoura e com muito amor com os nossos PETS.
Deste
modo, louvo aqueles que adoptam, e que o fazem em consciência, resgatando um animal
que tanto necessita de carinho e cuidado. Admiro também aqueles que compram e
despendem de quantias grandes para ter um animal com o qual se identificam.
Ao
longo de 20 anos de profissão, a minha percepção baseia-se na base de uma relação
duradoura com muito amor e partilha entre tutor e PET. Neste contexto, está sempre uma escolha
inicial bem definida e consciente.
O
gosto e o amor por algo vão-se construído ao longo do tempo. É na cumplicidade, companheirismo e complience que se vão fortalecendo os laços entre tutores e PETS, a ponto de se transformarem em membros da família, deixando de
ser PETS para serem filho, irmão, etc.
Artigo redigido por Isabel Jorge - Médica Veterinária