segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

GERIATRIA

Felizmente são cada vez mais os animais “velhotes” (ou seja, geriátricos) que nos entram pela clínica, visto que nos últimos anos conseguimos aumentar significativamente a sua esperança média de vida.
Para a sua longevidade contribuem mudanças no local de habitação, na alimentação e na profilaxia adequada:

- Muitos animais passaram da habitação na rua ou num quintal para viverem em casa com os donos;

   - A comida passou dos restos do nosso almoço para ser substituída por rações equilibradas e adequadas a cada animal;


   - Vacinas e desparasitações regulares permitiram erradicar algumas doenças e tornar outras muito menos comuns.




 No entanto, com o avançar da idade começam a surgir problemas que estão geralmente associados a animais geriátricos. Deve ficar atento a sinais como:
Aumento do consumo de água e /ou da micção;

- Vómitos ou diarreias persistentes;

- Perda de apetite ou peso;

- Alterações de comportamento (cansaço, inquietação, desorientação, etc);

- Tosse ou intolerância ao exercício;

- Massas ou nódulos anormais;

- Dificuldades na locomoção.


“Mas… quando é que posso considerar o meu animal geriátrico?”


 É muito variável, dependendo do tamanho do animal ou até mesmo da raça. São então considerados geriátricos os animais com idade igual ou superior a:

- 9 anos – gatos ou cães pequenos

- 8 anos – cães médios

- 7 anos – cães grandes

- 6 anos – cães gigantes






A maioria dos problemas pode ter solução se diagnosticados em tempo útil, permitindo manter a qualidade de vida dos nossos companheiros. Assim, deve ser realizada uma consulta de check-up no mínimo anualmente de modo a identificar possíveis patologias.
Alguns conselhos básicos em animais geriátricos incluem ainda:

- Forneça uma alimentação adequada à condição clínica e/ou idade – existem rações específicas para animais idosos;
- Se o seu animal é obeso será necessário emagrecer, visto que a obesidade pode trazer problemas adicionais (diabetes, dificuldade de locomoção, dificuldades respiratórias, etc);
- Não descuide a prevenção – as vacinas e desparasitações são agora ainda mais importantes visto que o sistema imunitário do seu animal está mais fraco;
- Qualquer alteração no comportamento do seu amigo nunca deve ser interpretada como normal da idade e ignorada – por exemplo, o facto de ele não responder ao chamamento pode não significar apenas que está com dificuldades de audição, mas pode não querer movimentar-se por ter dor articular.

Muitas doenças típicas da idade geriátrica podem ser prevenidos ou ser precocemente descobertos para serem tratados com a devida antecedência. Para isso, o médico veterinário é a pessoa mais indicada para acompanhar o seu amigo nesta nova fase da sua vida, devendo ser regularmente realizados check-ups adequados a cada animal.

Compete-nos a nós assegurar que a maior longevidade é também acompanhada de qualidade de vida!

Artigo redigido por Rita Gonçalves - Médica Veterinária

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