Felizmente são cada vez mais os
animais “velhotes” (ou seja, geriátricos) que nos entram pela clínica, visto
que nos últimos anos conseguimos aumentar significativamente a sua esperança
média de vida.
Para a sua longevidade contribuem
mudanças no local de habitação, na alimentação e na profilaxia adequada:
- Muitos animais passaram da habitação
na rua ou num quintal para viverem em casa com os donos;
- A
comida passou dos restos do nosso almoço para ser substituída por rações
equilibradas e adequadas a cada animal;
- Vacinas
e desparasitações regulares permitiram erradicar algumas doenças e tornar
outras muito menos comuns.
No
entanto, com o avançar da idade começam a surgir problemas que estão geralmente
associados a animais geriátricos. Deve ficar atento a sinais como:
Aumento
do consumo de água e /ou da micção;
- Vómitos ou diarreias
persistentes;
- Perda de apetite ou
peso;
- Alterações de comportamento
(cansaço, inquietação, desorientação, etc);
- Tosse ou
intolerância ao exercício;
- Massas ou nódulos
anormais;
- Dificuldades na
locomoção.
“Mas…
quando é que posso considerar o meu animal geriátrico?”
É
muito variável, dependendo do tamanho do animal ou até mesmo da raça. São então
considerados geriátricos os animais com idade igual ou superior a:
- 9
anos – gatos ou cães pequenos
- 8
anos – cães médios
- 7
anos – cães grandes
- 6 anos – cães gigantes
A maioria dos problemas pode ter solução se
diagnosticados em tempo útil, permitindo manter a qualidade de vida dos nossos
companheiros. Assim, deve ser realizada uma consulta de check-up no mínimo anualmente de modo a
identificar possíveis patologias.
Alguns conselhos básicos em animais geriátricos
incluem ainda:
- Forneça uma alimentação adequada à condição clínica
e/ou idade – existem rações específicas para animais idosos;
- Se o seu animal é obeso será necessário emagrecer,
visto que a obesidade pode trazer problemas adicionais (diabetes, dificuldade
de locomoção, dificuldades respiratórias, etc);
- Não descuide a prevenção – as vacinas e
desparasitações são agora ainda mais importantes visto que o sistema imunitário
do seu animal está mais fraco;
- Qualquer alteração no comportamento do seu amigo nunca deve ser interpretada como
normal da idade e ignorada – por exemplo, o facto de ele não responder ao
chamamento pode não significar apenas que está com dificuldades de audição, mas
pode não querer movimentar-se por ter dor articular.
Muitas
doenças típicas da idade geriátrica podem ser prevenidos ou ser precocemente
descobertos para serem tratados com a devida antecedência. Para isso, o médico
veterinário é a pessoa mais indicada para acompanhar o seu amigo nesta nova
fase da sua vida, devendo ser regularmente realizados check-ups adequados a
cada animal.
Compete-nos a nós assegurar que a
maior longevidade é também acompanhada de qualidade de vida!
Artigo redigido por Rita Gonçalves - Médica Veterinária
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