quinta-feira, 28 de abril de 2016

LEISHMANIOSE

LEISHMANIOSE

Mesmo no fim do nosso tema Imunovet vamos falar da leishmaniose... Sabe o que é esta doença e porque é tão conhecida?

A leishmaniose canina é uma doença provocada por um parasita protozoário (leishmania) que invade diversos órgãos, causando lesões que podem chegar a provocar a morte. É transmitida por um insecto semelhante ao mosquito, chamado flebótomo.

É uma doença com tratamento mas, actualmente, sem cura!

Como saber se o meu cão tem leishmaniose?

Para saber com certeza se o seu cão tem leishmaniose tem de consultar o seu médico veterinário para que lhe possa fazer o diagnóstico, recorrendo a exames clínicos e laboratoriais.

Esta doença pode não dar sintomas durante muito tempo, mesmo que o seu cão esteja infectado. No entanto, pode ficar atento a sinais como:

- lesões na pele que não desaparecem nem com tratamento, principalmente à volta dos olhos, face e orelhas, mas podem estar disseminadas por todo o corpo;
- claudicações;
- crescimento exagerado das unhas;
- vómitos, diarreias...


 (http://www.livredeparasitas.com/pt/parasitas-externos/parasitas-externos-animais-estimacao/)



Como posso evitar que o meu cão apanhe leishmaniose?

A prevenção é sempre o melhor remédio! E há muitas maneiras de o fazer:

- usar pipetas e/ou coleiras repelentes de flebótomos para limitar as picadas, que são a via de transmissão da doença;
- vacinação contra a doença;
- através de fármacos que ajudam o organismo do seu animal a combater a doença;
- não se esqueça ainda que há determinadas raças (como os boxers, rottweilers, pastores alemães e cockers) que são mais susceptíveis à infecção!






Recorra ao seu médico veterinário para o ajudar na prevenção contra a leishmaniose.

Artigo redigido por  Rita Gonçalves - Médica Veterinária

quinta-feira, 21 de abril de 2016

OTITE EXTERNA

Otites Externas

A otite externa é uma inflamação do canal auditivo externo, que pode ser aguda ou crónica.

Existem diversos factores anatómicos que podem ser considerados predisponentes a esta patologia. Entre eles temos a própria conformação da orelha, um conduto auditivo estreito e a presença de pelos dentro deste. No entanto não menos importantes, temos os factores intrínsecos do animal e os factores ambientais.

No que diz respeito aos factores ambientais, podemos considerar que a humidade e os corpos estranhos, são dos mais importantes. Um animal em contacto constante com água, vai criar dentro do canal auditivo um ambiente húmido e quente, ambiente esse que é  propício ao desenvolvimento de bactérias e fungos que estão na etiologia de muitas otites. Os corpos estranhos dentro do ouvido são um motivo de consulta de urgência. Muitas vezes depois de um simples passeio pelo campo o cão repentinamente não para de abanar a cabeça, e vem para casa de cabeça inclinada.

Caso alguma vez se vir confrontado com uma situação semelhante, nunca deve colocar uma pomada para otites ou líquidos de limpeza auricular. Neste caso é completamente contraproducente efectuar qualquer tipo de procedimento, pois vai empurrar o corpo estranho (pragana) para o fundo do conduto auditivo, com o risco de perfurar o tímpano. Deve ser sempre examinado por um médico veterinário.



 No que diz respeito aos factores intrínsecos do próprio animal temos várias patologias que predispõem o animal a otites recorrentes. As patologias mais comuns são a atopia (alergia ambiental) e a alergia alimentar. Muitos animais sofrem desta doença em maior ou menor grau. O canal auditivo não é mais que um simples prolongamento da pele, onde se manifestam os distúrbios alérgicos e inflamatórios.

Por vezes a resolução destas otites não passa por um simples tratamento local no conduto do ouvido, mas sim por uma terapêutica integrada, que vai identificar a origem da alergia. É neste sentido que devem ser realizados testes de alergia ambientais ou dietas de eliminação para que possa ser solucionado uma otite recorrente desta origem.
Agentes etiológicos (bacterianos, fungicos e parasitários), estes são os organismos que estão muitas vezes na etiologia das otites. Podem afectar o cão, gato e até determinados exóticos.
Uma causa comum de otites em cachorros ou gatinhos, é de origem parasitária (chamada otite por ácaros). Estas são muito pruriginosas e provocam um cerúmen abundante e de cor escura.
Otites fúngicas (por Malassezia),apresenta um odor muito característico e com uma secreção amarelada e prurido. É um tipo de otite difícil de tratar devido á resistência que estes agentes tem às terapêuticas locais.



Otites bacterianas, tem como característica a secreção de pús abundante e dor.
Por vezes estão envolvidas bactérias mais agressivas que provocam destruição da epiderme que reveste o conduto do ouvido e rutura do tímpano com consequente evolução para uma otite média ou interna.

Ser célere no tratamento de uma otite é fundamental para que não evolua para uma otite média ou interna.
Sintomas frequentes a que deve estar atento:

- sacudir a cabeça com frequência (sinonimo de otite bilateral)
- Coçar uma ou ambas as orelhas com muita intensidade (sinonimo de otite bastante pruriginosa)
- Coçar uma das orelha com muito cuidado com ligeira inclinação da cabeça (sinónimo de otite muito dolorosa)
- Inclinação da cabeça (corpo estranho)
- Inclinação da cabeça para um dos lados e andar em círculos (otite média ou interna)
- Cheiro desagradável (sinonimo de otite fúngica ou parasitária)
- Descarga auricular (comum em otites bacterianas, por pólipos, tumores)
- Vermelhidão da epiderme do pavilhão auricular (vulgar em otites de origem alérgica)

Animais com otites crónicas fazem um hematoma na orelha afetada, devido ao prurido intenso e o abanar constante da cabeça. Esta é uma situação que obriga a uma cirurgia para resolução do oto-hematoma.




Resolução das otites

Não são raras as vezes que tenhamos que recorrer a meios de diagnóstico diferenciais, para que possamos saber qual a sua etiologia. Por vezes uma visualização directa através do vídeo-otoscópio não é suficiente para que possamos decidir qual a terapêutica mais efectiva para uma resolução definitiva.
A colheita de cerúmen para visualização directa ao microscópio, a realização de citologias auriculares e a colheita de secreção em zaragatou para identificação do agente com teste de sensibilidade a antibióticos são os testes de diagnósticos vulgarmente realizados no dia a dia perante uma otite. No entanto existem outros exames não menos importantes, são eles rx, testes sanguíneos de alergias e TAC.
São inúmeros os medicamentos que existem hoje em dia para a resolução de otites  e não menos numerosos os produtos de limpeza auricular. No entanto usados de forma incorreta e indiscriminada podem estar a contribuir para uma resistências de determinados agentes( fúngicos , bacterianos e parasitários).

Caso suspeite que o seu pet  tenha uma otite, deve traze-lo á Clinica, para que o veterinário proceda a um exame tão completo quanto o problema assim o exija.
As terapêuticas recomendadas podem passar por uma simples higiene regular com um produto apropriado, e até aplicação de terapêutica tópica ou sistémica. Acontece por vezes os animais serem submetidos a uma sedação profunda ou anestesia para se proceder a uma lavagem correta do conduto do ouvido.
A orelha e o conduto do ouvido também são sede de problemas mais graves como os pólipos e tumores.

Nunca deve colocar produto algum, no seguimento de queixas do seu pet sem  se certificar que o tímpano está íntegro. Por este facto é de extrema importância que o seu animal de estimação seja examinado por um médico veterinário.


A Clínica Veterinária de Santo André está ao seu dispor para esclarecimento de qualquer dúvida.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

ALGUMAS QUESTÕES SOBRE GROOMING





O grooming é um procedimento de higiene e beleza como banho, cuidados de corte de unhas, corte do pelo e outros recursos que melhoram a aparência do seu animal, mediante a utilização de tesouras, máquinas, e produtos de beleza.

Todos os animais beneficiam com uma escovagem regular, por isso, garanta que tem tempo para lhes disponibilizar isso. Além de remover o pelo morto, a escovagem é boa para a pele e reduz a probabilidade de o seu animal ter parasitas, como pulgas e carraças.

Após uma breve explicação de o que é o grooming e dos benefícios que o seu animal tem em ser escovado e em fazer uma visita mais regular ao seu groomer, escrevo este artigo que irá ser direccionado tanto para nós profissionais como para os donos comuns, pois como muitos de vós saberão, muitos animais não sabem quando têm de estar quietos na visita ao groomer.
Através deste artigo quero que entendam e vejam os porquês das acções que são executadas muitas vezes no nosso VET SPA.

Quantos de vós não conseguem sequer cortar as unhas ao vosso animal de estimação, porque ele não para quieto ou porque tem medo que ele se mova e o magoem ? Bom, connosco não é diferente, apesar de conhecermos algumas técnicas que podem ajudar. Apesar disso, por vezes, temos mesmo de pedir ajuda a alguém para controlar o animal.


O porquê de muitas vezes não solicitar a ajuda dos donos ?


Muitos médicos veterinários têm auxiliares que os ajudam não só a efectuar tratamentos, como a segurar nos animais. Mas em grooming raramente temos auxiliares, muitos de nós trabalhamos sozinhos e, por muito boa vontade que o dono tenha, normalmente não é um bom assistente. 

Por vezes não sabe, segura o animal nos sítios onde precisamos mexer ou que acabamos de escovar, o animal porta-se mal e o dono enerva-se, o animal sente o dono enervado e entra em stress, estão com certeza a ver onde quero chegar. Raro é o animal que se porta bem com o dono presente, não é de todo seguro para o animal nem para nós.


A falta de habito dos animais a serem manipulados


Digo muitas vezes aos donos que é muito importante haver uma escovagem e um trabalho na higiene em casa por parte dos donos, pois cria uma ligação entre ambos e até uma habituação ao processo por parte do animal. Passo esta informação porque muitas vezes me chegam animais que se vê perfeitamente que não estão minimamente habituados a serem manipulados ou manejados, o que dificulta imenso nas visitas ao groomer e o bom decorrer do nosso trabalho com o animal.


O porquê dos vários métodos e auxiliares de contenção


Muitas vezes ao longo do curso e ao longo de todos os trabalhos que já realizei na profissão me questionam acerca dos laços de grooming usados no pescoço do animal. Se não magoa, se não sufoca o animal ?

Não, não magoa, nem sufoca, quando estamos a trabalhar no animal é muito importante ter o animal preso, pois evita que salte de cima da bancada ou mesmo de dentro da banheira e se magoe, pois pode cair mal e magoar-se á seria.

Nós não colocamos laços nos animais por capricho ou por crueldade. Existem os métodos e meios de contenção, que se utilizam e devem ser sempre utilizados, para nossa segurança, mas acima de tudo para a segurança dos nossos clientes.


Uma regra importante, NUNCA deixar o animal sozinho em cima da mesa


É a primeira regra a ter de ser garantida, mas temos sempre de ir buscar qualquer coisa ou baixar-nos para apanhar uma escova ou um pente, e é ai que o laço é bastante útil, mas mesmo assim eles estão sempre a ver quando é que nos apanham distraídos para tentarem escapar.


A importância do uso de açaime


Muitas vezes questiono o dono se o animal morde, não questiono isto por estar a insinuar que o animal é mau, nada disso. Pergunto isto por uma questão de minha segurança e do próprio animal. O animal pode nunca ter mordido no seu dia a dia, mas pode morder quando vai a “tosquia”, pois a maioria dos animais não gosta da dita tosquia nas patas, ou mesmo no focinho por uma questão de cócegas, não de dor e ai pode morder !

Por esta razão eu pergunto se morde que é para quando tosquiamos a zona das patas, focinho e outras zonas mais sensíveis colocar o açaime no animal em questão.
Eu sei que os donos detestam ver o seu mais que tudo com o açaime na boca, é verdade, mas e se eu tiver uma tesoura na mão e o seu animal se magoar a sério por ter mordido na hora errada?

Temos de pensar que uma dentada pode ser insignificante, mas também pode ser muito grave, tanto para quem o está a manipular como para ele próprio.

Como dona, compreendo que visualmente alguns dos métodos acima descritos possam ser estranhos, mas lembre-se que eles foram desenvolvidos especificamente para este fim, e acima de tudo para os manter mais seguros. 

Artigo redigido por  Ana Bispo - Groomer

segunda-feira, 4 de abril de 2016

LEUCEMIA FELINA

LEUCEMIA FELINA





Sabia que a Leucemia é uma doença infecciosa que pode comprometer gravemente a saúde do seu animal e reduzir a sua esperança de vida?
A leucemia ou leucose felina é classificada como a doença vírica com maior taxa de mortalidade entre gatos em todo o mundo.

- Etiologia:

Trata-se de uma doença causada por um vírus (retrovírus semelhante ao HIV humano) que produz uma enzima que lhe permite inserir o seu matetial genético nas células do gato ,impedindo que o seu sistema imunológico funcione de forma adequada e tornando-o mais susceptível a infeções .

- Diagnóstico:

Faz-se através de analítica sanguínea e os animais devem ser testados a partir dos 6 meses de idade

- Transmissão:

-pode ocorrer por contacto com secreções nasais ,saliva(lambedura/mordedura), lágrimas ,fezes e urina
-pode ocorrer via transplacentária em gatas gestantes ou através do leite materno

- Sintomatologia:

-Perda de peso
-depressão
-palidez das mucosas



-secreção nasal e ocular persistente
-gastroenterites
-infeções recorrentes
-pêlo baço
-tumores em células linfáticas
-Hipertermia



-infeções crónicas da boca
 -5 a 15% dos gatos infectados são assintomáticos (não manifestam sintomatologia clínica) mas são portadores e podem transmitir a doença
-a infeção é responsável por 30% dos óbitos por cancro em gatos

- Tratamento:

Não existe cura para esta doença de forma que o tratamento consiste em administrar imunoestimulantes ao longo de toda a vida do animal

- Prevenção:

A prevenção é vacinal e é recomendada em todos os gatos com acesso à rua ou com possível contacto com gatos portadores


Consulte-nos e proteja o seu gatinho!

Artigo redigido por  Ana Luísa Nunes  - Médica Veterinária